Andei enganado. Até há pouco cuidava que a mais dolorosa das mortes era daqueles que partiam: sinto a falta de muitos. Rezo os seus nomes, invoco momentos, prazeres partilhados, palavras que cresceram entre nós e floriram. Andei enganado, pois a mais dolorosa das mortes é a daqueles que, apesar de vivos, cospem a seiva da planta que é a amizade. O território onde parecia que repousávamos era caixão acolchoado, cama de passagem, sem memória. Pedaços de vidro que servem de tapete aos pés descalços, é só o que sobra, nem uma pétala ou um perfume. São tantos que só posso ter-me enganado acerca da amizade ou das pessoas. Ou de mim...
1 comentário:
Gostei deste texto!
Sara Xavier
Linha de Cabotagem - http://www.linhadecabotagem.blogger.com.br
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