Na longa conversa com o Zé e com o Paulo brotou um dilema saboroso, a propósito de críticas desenhadas por Art Spiegelman (se alguém pedir, disponibilizo também a minha primeira leitura de In The Shadow of No Towers) à gestão bushista do mundo. A crítica especializada tende a enterrar os livros em estranhas apreciações que afastam leitores, demasiadas vezes passando ao lado dos temas em discussão. É como pegar em Maus, obra magna de Spiegelman dedicada ao Holocausto e à ralação com o seu pai, e começar por dizer que algures desenhou mal um cão. A forma joga aqui com o conteúdo de modo fulgurante. Neste livro, mais do que as questões teóricas e formais, que ele nunca abandona, interessa-me ler o modo como aquele criador reporta (e daquela maneira) um acontecimento que mudou o mundo (ou, pelo menos, a sua percepção). Os encontros de que aqui vos falo, embora para eu recordar, são de puro gozo partilhável.
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