terça-feira, junho 8
Descrição 05
Apesar do verde vítreo deve ser preservada da luz e do calor. Quando fresca, aquele verde ganha uma tez mate, que anuncia na pele o que acontecerá na boca, lábios, língua e papilas. A abertura fácil anuncia com um sopro aquilo que a pele antecipou. Sem tampa, ainda ela esverdeada, sobram pequenos degraus em espiral que dão expressivo sinal de incompletude. É por isso que não deve ser usado copo para se beber tal transparência. Verte-se em goles decididos, mas não se engole logo. Pode deixar-se ou não tocar os lábios. Nalguns casos uma gota caindo sobre o queixo fará delícias para a filosofia de vida. O carácter gasocarbónico deve explodir em qualquer caso por sobre a língua. Este produto de Portugal é recolhido a norte, lugar que é também paragem de comboio. Nenhuma água possui esta personalidade de rocha. Muito menos o nome. Há nas Pedras Salgadas uma harmonia na quantidade de gás, no sabor levemente ácido, uma vontade de montanha em busca de oceano, de rua ansiando por esplanada, de dia a pedir o seu fim na beira do rio. É algo que não vem na composição química, algo mais do que a pureza bacteriológica verificada por análises periódicas. É uma ideia natural.
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