terça-feira, junho 1
Nada para começar
Não sou operário, nem capitalista. Tenho uma chave inglesa e um charuto. Já usei aquela, mas esqueci-me. Fumei o outro, mas não se repetirá. Tenho medos para todas as ocasiões e livros para gastar um destes dias. E inércia, uma enorme inércia que carrego montanha acima, vida abaixo, sempre a direito e em desespero. Não passa nada. Não acontece nada. Vivo uma espécie de evolução sem revolução, uma involução na continuidade. Irrita-me muito não ter sorte, mas também não posso dizer que tenha azar. Vivo apenas banalidades de base e humilhações diárias. Não sou assaltante nem banqueiro. Detesto a ideia de felicidade, e gosto da de sabedoria. Revolto-me, sem que grite ou chore. Não tenho nada. Agora talvez tenha um diário.
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1 comentário:
Obrigado pelas boas vindas. Fico ainda contente por entender o meu estilo como varioso, ou seja de cores ou matizes diversos, mas também inconstante, volúvel e caprichoso... Não tinha pensado nisso, mas é apropriado.
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