segunda-feira, junho 7

Feira do Livro

Passei uma tarde rodeado de amigos. Azul que corre ao fundo, azul lá mais para o alto. Entre rio e céu, há o verde e as páginas, essas plantas carnívoras. Passei a tarde à mesa nessa estranha tarefa de autografar, na companhia de quatro amigos ilustradores, a Maria João Worm, o André Letria, o Alain Corbel e o Miguel Rocha, que fizeram comigo os primeiros quatro títulos da colecção «Olho Vivo», que a Afrontamento edita para crianças de todas as idades. O Miguel Rocha, que veio do seu Alentejo para a função, trouxe-me uma bola feita de cores, tudo o que sobrou da nossa «Viagem no Branco». O Alain fartou-se de tirar fotografias, a Maria João mostrou originais, o André passeou a sua preocupação. Estes eram os amigos que estavam, que outros foram passando só ou chegando, como o Miguel, que desenha na Pública, as mui filosóficas «Histórias de Amor». Trouxe com ele «A árvore das folhas que doem», texto e desenho seu, na Campo das Letras. Gostei deste tráfico. A Manuela Rêgo, por exemplo, deu-me o catálogo da sua exposição Desportos & Letras, que reside agora na Biblioteca Nacional. Gente com livros, só com eles, com sede, à procura de palavras. Gente, tanta gente à espera de outras pessoas, outros à procura de mais livros, e aqueles que procuram gente nos livros e matéria de livros nas pessoas. Não sei, será isto uma Feira? Ia desanimado, volto com um pouco mais de ânimo.

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