domingo, junho 27

Moscas

É capaz de haver um outro modo de fazer política, em torno de ideias e causas, mas não encontro o sítio no mapa. Com ensurdecedor zumbido, caem-nos as moscas no gaspacho. Aquilo que era anunciado, até há dias, como desígnio e projecto, passa num ápice a mero cargo, transmissível em herança ao mais triste dos nossos políticos. Não é que eu acreditasse nalguma das palavras laranjas (amargas), ou noutros frutos maduros, mas representado assim é mais um acto de teatro do absurdo. Zumbem, para um lado, apressadas opiniões, entre o sussurro conspirativo e, para outro, elogios em nome dos (amargos) interesses do país. Até o mais alto cargo da nação, em tom ruivo, veio dizer-se agoniado por toda a gente discutir como se ele não existisse. Será que existe?
Não posso deixar que isto me estrague o futebol, até porque laranja é cor que anda por aí em festa.

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